A importância do Fundamental I e II e a Dificuldade de Aprendizado no Colegial

Hoje vamos falar um pouco da importância no estudo da matemática dos assuntos abordados no Fundamental I e II.

Um dos grandes problemas com que me deparei ao dar aulas particulares para alunos do colegial era que a dificuldade que o estudante tinha num determinado assunto (tipicamente dado no colegial) não estava exatamente apenas neste assunto, mas principalmente em algum conhecimento daquilo que deveria ter aprendido no Fundamental I e II (por uma questão de simplicidade vamos nos referir de agora em diante apenas como Fund) e que não estava completamente dominado.

Por exemplo, ao abordar logaritmo, o estudante tinha problemas sérios em manipular frações (soma, subtração, multiplicação, divisão, potenciação e radiciação) de modo que toda sua atenção não estava focada no estudo do logaritmo.

O que quero dizer é que esses estudantes gastavam muito tempo “brigando” para entender como foi feita uma determinada soma ou potenciação, assuntos que já deveriam estar completamente dominados.

Neste ponto, esta dificuldade em realizar operações que deveriam estar dominadas simplesmente minava a confiança em aprender assuntos novos como por exemplo logaritmos.

Sem perceber, ficava claro que a sensação do aluno era de frustação e sua conclusão era de que aprender “logaritmo” era muito difícil, sem se dar conta de que seu problema estava em algum ponto do passado, no Fund.

É óbvio que as dificuldades não se concentravam apenas em realizar operações fundamentais com números (soma/subtração, multiplicação/divisão, potenciação/radiciação), atingindo outras habilidades que deveriam estar igualmente dominadas como manipulação de expressões algébricas, raciocínio lógico, números inteiros (fatoração, divisibilidade, MMC/MDC, etc), funções, conjuntos, geometria plana, e outros mais que estudamos no Fund.

Isso tudo é agravado pela resistência de o aluno entender a importância de dominar o que foi dado no Fundamental I e II para o sucesso no aprendizado dos assuntos abordados.

A resistência dá-se principalmente por preguiça de não querer “voltar no tempo”, por vergonha de admitir para si mesmo que não aprendeu adequadamente o que foi dado lá trás ou mesmo por falta de humildade em reconhecer sua deficiência, embora haja outros fatores também (ambiente inadequado para estudo, tempo exíguo para estudo, etc).

Isso evidentemente prejudica sobremaneira o sucesso do aprendizado da matéria que vem pela frente.

A matemática mais do que qualquer outra matéria exige um acúmulo de conhecimento que estão relativamente bem estruturados nos conteúdos distribuídos ao longo dos anos.

Não há como aprender logaritmos sem dominar a potenciação e radiciação, não há como aprender trigonometria sem dominar conjunto, funções e geometria plana, e assim por diante.

É notório que os alunos que dominam bem o que foi dado no Fund têm muito mais facilidade e chance de sucesso em aprender o que vem de novo no colegial, até porque sua atenção estará sempre focada no novo assunto e não dividida com algo que já deveria estar dominado.

Se você se encontra nessa situação deve estar aflito com o que leu até agora neste texto e naturalmente pode estar se perguntando: “Quer dizer que vou ter que revisar tudo que foi aprendido no Fund?”.

Já escrevi em algum texto aqui do site que não tenho e não acredito em nenhuma fórmula mágica que faça você aprender (de verdade) rapidamente matemática que não seja com foco, dedicação e trabalho.

Afora os chamados gênios (e não encontrei com nenhum até hoje), tenho convicção de que todos aqueles que têm sucesso em alguma coisa dedicam-se muito ao que fazem, do pedreiro que levanta e reboca uma parede (já tentou rebocar uma parede pela primeira vez?), do marceneiro que faz um armário, ao engenheiro que projeta aviões e carros de corrida.

São horas e horas dedicadas que o fazem cada vez melhor.

O estudo de qualquer que seja o assunto não é diferente: se quer aprender de verdade, então esteja preparado a se dedicar ao que vai fazer.

Já testemunhei alunos medianos, com problemas em fundamentos, mas que graças a sua dedicação tornarem-se verdadeiramente excepcionais em matemática.

E na contramão, já testemunhei aluno muito inteligente (rapidez em aprender e fazer ligações entre os assuntos), que tinha tudo para ser ótimo aluno em matemática, mas sem dedicação alguma e que se tornou apenas aluno mediano.

Depois de algum tempo, para surpresa de ninguém, aquele aluno que se dedicou a aprender evidentemente tornou-se muito, mas muito melhor do que aquele aluno inteligente sem dedicação.

Como muitos outros professores de matemática podem testemunhar o domínio da matemática não tem a haver com inteligência.

Antes de tudo é uma questão de foco, dedicação e disciplina.

Voltando à pergunta do aluno: sim, será necessário revisar os assuntos do Fund que ainda não domina.

Sei que, por uma questão de tempo, talvez não seja possível dedicar-se apenas à revisão do que foi dado no Fund.

Então, faço uma sugestão: separe um tempo de suas horas de estudo de matemática para revisar o que dado no Fundamental I e II.

Por exemplo, se estuda três horas por dia de matemática, dedique uma hora para revisar o Fund.

Mas atenção, isso é só um exemplo, até porque tudo vai depender do grau de dificuldade e dos assuntos que cada um tem neste ou naquele assunto.

Você mesmo poderá definir a distribuição do tempo, mas é absolutamente imprescindível que faça essa revisão, se quiser aprender de verdade os assuntos do colegial.

Pode ser que a resposta dada aqui não seja aquela esperada por aqueles que estavam ansiosos por uma fórmula mágica, mas este site tem por finalidade mostrar qual o real caminho para o sucesso no seu aprendizado e não vender ilusões.

Garanto que se realmente está querendo aprender matemática esta é a única fórmula infalível: foco, dedicação e trabalho.

Para aqueles que estão dispostos a trilhar este caminho conte com meu apoio e dedicação!

Farei o meu melhor para ajudá-los a atingir este objetivo de dominar a matemática.